terça-feira, 6 de maio de 2014

O preço da ineficiência do estado brasileiro

Olá amigos! Apesar de nesse blog eu ter como objetivo principal falar sobre investimentos, por algumas vezes irei me alongar a outros temas, e pretendo fazer isso até com certa frequência, pois, o meu objetivo aqui é tentar, de alguma forma, trazer informações que eu julgue interessantes, e assim, enriquecer o fluxo de informação entre nós da blogsfera investidora.

Informo, de antemão, que não sou da área de humanas e caso alguém tenha alguma crítica ou correção a fazer sinta-se à vontade e ficarei muito grato caso seja construtiva, afinal de contas estamos todos aqui para aprender. Essa é uma tentativa de fazer algo diferente e aguardo o comentário de vocês.

Neste post pretendo trazer informações que foram retiradas do livro “Dedo na ferida: menos impostos, mais consumo” de autoria de Alberto Carlos Almeida (Editora Record) publicado no ano de 2010. Este é um livro tem como objetivo principal demonstrar o nível de consciência que o brasileiro tem em relação aos impostos. O autor demonstra diversos dados a cerca do assunto obtidos através de entrevistas realizadas em todo o território nacional, como por exemplo, se o brasileiro tem consciência de que paga imposto, qual o peso da carga tributária no seu orçamento, se o cidadão sabe quanto paga de impostos em cada serviço ou mercadoria que consome e o que o cidadão faria com o dinheiro caso os impostos fossem reduzidos.Vale salientar que os dados iniciais da pesquisa foram apresentados ao Credit Suisse Hedgigng-Griffo do Brasil, que decidiu financiar a pesquisa, possibilitando que esse livro fosse publicado.
Irei colocar aqui algumas das muitas informações que achei interessantes.

Desde o ano de 1988 a carga tributária do Brasil não parou de crescer, saindo de 23% do PIB em 1988, para ao redor de 40% do PIB em 2009. Ok Ciclista, 40% do PIB é abocanhado, e daí? Nada melhor do que comparações para se ter ideia de como somo roubados (ou ineficientes, como queiram). Comecemos dando um tapa na cara e jogando um balde de água bem gelada. A média da carga tributária no México corresponde a 16% do PIB meus amigos! Nossa Ciclista, muito pouco hein. O que mais? Vamos nivelar por cima. A grande potência: EUA. Querem chutar quanto do PIB é abocanhado pelo governo? Quer tentar dar um chute? Já pensou? Pois aqui vai a resposta, meros 28% do PIB de toda riqueza gerada nos EUA são tomados pelo estado. Parece mentira, mas não é. Será que os americanos fazem o milagre da multiplicação com o dinheiro? Talvez Deus não seja tão brasileiro como pensávamos.
 Infelizmente a proporção que é abocanhada do PIB brasileiro sob forma de tributação se assemelha à de países da Zona do Euro, como no caso da “humilde e pouco afortunada” ALEMANHA, onde o governo comete o “crime” de arrecadar o equivalente a 39% do PIB e oferecer serviços públicos “ridículos”. Prefiro o Brasil, já que aqui a gente paga só 35% do nosso PIB em tributos! Economizo 4%, mas prefiro ver a minha esposa parindo na calçada do hospital! È mais bonito, mais heróico pra quem tá lá na calçada ajudando enquanto a TV filma! Que inveja dos alemães... Ops, falei...

Outro ponto demonstrado pelo autor é a relação da nossa carga tributária com a estrutura social do Brasil. Ele afirma que a herança escravista moldou o nosso sistema tributário. Essa herança escravista torna-se visível quando, por exemplo, os pobres  proporcionalmente sofrem maior tributação que os ricos. Um dos dados presentes no livro retrata bem essa realidade. Trabalhadores que ganham até 2 salários mínimos são taxados em quase 54% da sua renda e trabalham 200 dias por ano para sustentar o estado, enquanto que brasileiros que ganham mais de 30 salários mínimos têm 30% da sua renda consumida pelos impostos e trabalham 100 dias (exatamente metade dos dias que a categoria anterior) para sustentar o Estado. Saliento aqui que não sou comunista ou coisa do tipo. Demonstrei esses dados pois acredito que esse é um dos vários fatores que influenciam a grande desigualdade que é o observada no Brasil.

Um ultimo dado que quero citar é a respeito da % do PIB investido na educação. Peço que os senhores tentem imaginar quanto do PIB é investido em educação, baseando-se na qualidade da nossa educação pública. Agora lhe apresentarei alguns dados. Existe um programa internacional chamado PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que como o próprio nome já sugere avalia a qualidade do ensino dos alunos em diversos países do mundo (no Brasil são avaliados alunos do 7º ano do ensino fundamental à 3º série do ensino médio). No ano de 2012 foram avaliados 44 países, dentre eles o Brasil. Segue o link das notas obtidas pela educação brasileira: 

O que acham? Horrível, não? Ok. Agora vejamos os resultados da Coréia do Sul:


Mamãe eu quero, mamãe eu quero... (Para baixar o relatório do PISA 2012 em português http://portal.inep.gov.br/internacional-novo-pisa-resultados acesse esse link e vá em Resultados 2012). Para quem não entende inglês ou quer algo mais simples vejam essa reportagem http://www.ebc.com.br/educacao/2013/12/ranking-do-pisa-2012 .

Baseado nisso. Qual conclusão tiraríamos? O Brasil não investiu nada em educação esses anos todos e nem está investindo. É isso? Não! Vejamos. Hoje em dia confesso que não sei quanto do PIB é investido na educação, mas, segundo o livro, em 2007 o Brasil está uma posição à frente da Coréia do Sul quando compara-se o % dos gastos públicos em educação em relação à Coréia. Investimos um quantia razoável na educação e não vemos retorno.  Claro que esse é um dado pontual referente ao ano de 2007. Mas, nesse mesmo gráfico, o Brasil gasta mais que Cingapura (vice-campeã do PISA 2012) e até mesmo mais que a média do G7. Uma das explicações para o mal desempenho do Brasil no PISA é o maior investimento no ensino superior em relação aos ensinos básico e fundamental.Além disso fica claro a ineficiência do Estado nos seus investimentos, através da má alocação de recursos e redução da quantia real investida em virtude da corrupção.

Esses são alguns dos muitos dados que são fornecidos por esse livro. Quanto à leitura confesso que não foi extremamente agradável e por vezes um pouco monótona, uma vez que grande parte do livro concentra-se em demonstrar o método da pesquisa utilizada para a obtenção dos dados e a discussão destes. Todavia, considero uma leitura interessante a ser feita por quem se interessa pelo tema. O livro é uma bela ferramenta de argumentação pró-reforma tributária e demonstra como a ineficiência do governo corrói a sociedade brasileira.

O próximo livro que pretendo ler chama-se Complacência de autoria de Fábio Giambiagi e Alexandre Schwartsman (http://livraria.folha.com.br/livros/negocios/complacencia-fabio-giambiagi-alexandre-schwartsman-1229131.html). Talvez mude de idéia e escolha outro livro, mas até o momento tudo indica ser esse. Convido vocês a assistirem esse excelente vídeo no qual os autores são entrevistados:


Grande abraço!


Ciclista Investidor 

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Olá amigos investidores!

De 5 a 9 de Maio de 2014 ocorrerá a 1º Semana Nacional de Educação Financeira. Aspalestras ocorrerão em diversos estados do Brasil. Infelizmente não poderei comparecer uma vez que a minha cidade ficou de fora. Mas fica a dica aqui a quem se interessar.
Segue o link:

http://www.semanaenef.gov.br/
Olá amigos investidores da minha blogsfera querida!

Há alguns anos acompanho os blogs de investimento apenas como leitor e raramente dando um pitaco aqui ou ali. Mas eis que, em fim, a circunstâncias da minha vida e a minha vergonha na cara permitiram, finalmente, que eu criasse o meu blog para que pudesse aprender e ensinar sobre investimentos e sobretudo organizar ainda mais as minhas finanças.

O primeiro contato que tive com o mercado de ações foi no início de 2011, quando realizando um estágio supervisionado em uma empresa, um dos meus chefes me falou sobre a bolsa de valores e sobre ações rapidamente. Ele queria me ensinar a mexer com aquilo, mas eu com pé atrás, terminei o estágio e não tive tempo de sugar nada dele. No entanto, curioso como sou, não deixei sair da minha mente o desejo de conhecer aquele mundo desconhecido e que para mim parecia ser a porta para eu me tornar milionário.

Finalizei a minha graduação e fui fazer mestrado (a propósito, fase fudida de grande aprendizado da minha vida). Lá conheci um amigo que coincidentemente "mexia" com o mercado de ações. "Mexia" porque ele não tinha estratégia nenhuma definida, não por ausência de sapiência, mas pela dificuldade em encontrar material pra estudo de qualidade. Ele só havia lido um livro de análise técnica. Peguei o livro com ele, copiei e devorei. O próximo passo era encontrar uma corretora. Eu mal sabia o que era a bendita da corretora. Morava em uma cidade pequena e lá não tinha. Fui procurar então na internet. Eis que encontro a bendita XP em uma cidade a uns 200km da minha, com corretagem "camarada" de R$16 (algo assim) além de cobrar custódia. Perdi dinheiro por não saber analisar ação nenhuma, por estar numa corretora cara e perdi tempo demais vidrado no HB torcendo pra ação cair quando eu vendia ou subisse quado comprava.

Mas eis que um belo dia parei pra pensar. Não é possível, desse jeito eu vou ficar louco e não rico. Se alguém ganha dinheiro com ações eu também posso ganhar. Peguei todo meu dinheiro (que era e ainda é mixaria), coloquei na poupança e fui correr atrás de aprender a dominar a indomada fera que um dia eu esperava me deixar milionário: o mercado de capitais.

Gastei muito tempo até encontrar o meu primeiro oasis de conhecimento no deserto de bullshit que existe sobre mercado de capitais na internet, o site do Leitão em Ação. Lá fiz o curso dele e assim que acabei transferi a minha custódia pra a minha atual corretora. Começava então a minha vida de investidor.

De lá pra cá fazem 2 anos, nos quais li bastante livros, conheci os blogs, a bastter.com e amadureci o meu controle emocional, que hoje considero estar num nível ótimo, contudo, sei que posso melhorá-lo ainda mais.

Acho que é isso pessoal. Talvez esse mês eu faça uma postagem da minha carteira e do meu patrimônio. Mas vou tentar fazê-los de um jeito para não me expor tanto, afinal de contas, vai que alguém bate aqui na porta pedindo um troco....

Abraço